O presidente da Associação Cigana de Leiria, Dinis Seabra, advertiu Paulo Portas de que se o RMG acabar “muita gente fica sem comer”.
“O meu filho tem uma dor de dentes há uma semana, nem dinheiro para os medicamentos tenho e se acabasse com o rendimento mínimo olhe que muita gente fica sem comer”, alertou Dinis Seabra, vendedor na feira.
A Paulo Portas, o feirante dirigiu mais um pedido: “A ver se fazem alguma coisa pela gente que isto está muito mau, em termos financeiros, estamos todos à rasca, mesmo todos à rasca”.
Nas breves palavras que trocou com o líder centrista, reconheceu alguma injustiça na atribuição do RMG, cuja designação atual é rendimento social de inserção.
“É bem feita que acabe por um lado, por um lado é bem feita, porque há pessoas que andam a pagar letras de carros para andarem bem colocados, mas há outros que precisam porque têm muita necessidade”, declarou Dinis Seabra, que pediu: “Veja isso bem revisto se faz favor”.
Paulo Portas respondeu: “Como eu sempre disse, quando é para uma necessidade, para uma doença ou para ajudar uma pessoa que está - dizendo como disse à rasca – com certeza, transitório. Quando é para abuso não pode ser”.
Numa curta passagem pela feira e sempre em passo muito apressado, a comitiva do CDS-PP ouviu palavras de incentivo, mas também pedidos de “rua” de quem não gosta da posição do partido sobre o RMG.
Aos jornalistas, Paulo Portas desvalorizou a situação, referindo haver “muita gente” a apoiar a posição do partido.
“Há quem concorde e há quem não concorde. Se reparar, as pessoas que trabalham, concordam, algumas que não querem trabalhar e querem viver à custa dos outros, não concordam”, salientou, ressalvando, mais uma vez: “Quando as pessoas têm uma necessidade, uma doença, estão verdadeiramente em dificuldades, aí, com certeza, que não há problema nenhum”.
Antes, no mercado de Leiria, o líder foi recebido em êxtase pelas peixeiras, que não pouparam as palavras “Paulinho” e “CDS”.
Paulo Portas, sempre ladeado pela cabeça de lista por Leiria, a deputada Assunção Cristas, e o número dois da lista, Manuel Isaac, que o partido acredita que também vai eleger a 05 de junho, distribuiu beijos e abraços pelas comerciantes, uma das quais exibiu-lhe um peixe de maiores dimensões.
“É como o CDS, vai ser grande”, afiançou o presidente do partido, a quem as comerciantes também não pouparam queixas perante as condições de trabalho no mercado.
Perante a receção calorosa, Assunção Cristas revelou à agência Lusa a sua sondagem: “Nos mercados, para aí 70 por cento das vendedoras são do CDS, se forem peixeiras é 95 [por cento]”.
Lusa
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