Numa entrevista à Lusa enquanto presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Basílio Horta abordou também a sua condição de candidato independente nas listas do PS para o distrito de Leiria. Neste âmbito, argumentou que “em termos do interesse puramente específico do PS, é bom que não vá para o Governo”.
Segundo advogou, ter o PS na oposição é dar tempo ao partido “para se reformular, para se reorganizar, depois de seis anos de Governo, [um Governo] minoritário nos últimos dois anos e cujo líder foi o mais atacado em Portugal desde a democracia”.
No entender do presidente da AICEP, que suspendeu funções em maio e que promete ocupar o cargo de deputado independentemente do resultado eleitoral, o facto de estar na oposição “implica uma grande responsabilidade” para os socialistas, numa altura em que o país precisa de recuperar a confiança no Executivo.
Basílio Horta fundamentou a sua opinião “como candidato independente” pelo facto de estar “muito pessimista” quanto ao novo Governo que, não durará “mais de seis meses a um ano”.
“Se o novo Governo aplica o programa do PSD, eu considero que pode ser suicida para Portugal. Neste momento, um programa cem por cento liberal num país como Portugal e com a crise que temos, vamos ver o efeito que terá”, disse.
Como tal, o PS terá um papel fulcral: “o facto de estar na oposição não o deve inibir de cumprir escrupulosamente aquilo a que se obrigou o país e a votar as medidas que resultam da ‘troika’, isso é uma questão de dignidade”.
Em segundo lugar, o PS “deve ter uma posição construtiva, algo que não tiveram em relação a ele [a José Sócrates] e mais nada”.
“A partir daqui, e na oposição, deve fazer as propostas que entende para uma gestão com os olhos postos no futuro e, ao mesmo tempo, deve enquadrar a convulsão social, que é muito provável que exista”, considerou Basílio Horta.
O presidente da AICEP lamentou que estas eleições não passem de “um plebiscito à figura do engenheiro Sócrates” e destacou que se “o PS ficar acima dos 30 por cento no próximo domingo, isso é um resultado excecional”.
Basílio Horta destacou ainda que “há muita gente que, querendo correr com o PS [do Governo], considera-o imprescindível para amenizar as políticas suicidas do novo Governo".
Lusa
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